21 de maio de 2010

Resenha: Irmãos Tagliari

A foto da postagem anterior, da Associação Tagliari em Currais Novos, fez com que recordasse a história abaixo. Por isso posto-a novamente!


OS IRMÃOS TAGLIARI


Disputei a primeira Taça Brasil de Clubes Campeões em 1980, na cidade de Currais Novos, interior do Rio Grande do Norte. Infelizmente não passamos da primeira fase numa chave que classificou o Álvares Cabral do Espírito Santo e contava ainda com uma equipe da Bahia e outra da Paraíba.
Perdemos, mas aprendemos muita coisa que acabaria nos auxiliando na conquista do bicampeonato paranaense naquele mesmo ano e na ótima classificação na Taça Brasil do ano seguinte, quando acabamos entre os seis primeiros colocados do país.
O que mais aprendi, nessa minha estréia em eventos nacionais, não foi dentro da quadra e sim fora dela.
Como chegamos com alguns dias de antecedência, acabamos conhecendo bem a pequena e simpática Currais Novos, onde éramos atração principalmente por sermos do sul.
Numa pequena lanchonete nos deliciávamos com água de coco e um saboroso doce de leite caseiro. Era sagrado, após as refeições e os treinos lá estávamos nós, sempre puxados pelos irmãos Carlão e Itamar Tagliari, tão amantes de doce como eu.

Na estréia, o Itamar machucou o joelho, impossibilitando-o de andar. De volta ao hotel, jantamos e nos preparamos para ir saborear as delicias da lanchonete, para afogar as dores da derrota contra os capixabas, quando o Itamar pede para o Carlão trazer uma água de coco e um doce de leite porque ele ficaria se tratando no hotel. Carlão não aceita de forma alguma e insiste para que ele nos acompanhe. Com muita dor, o Itamar diz que é melhor descansar. O enorme joelho, inchado como nunca tinha visto, para mim era argumento suficiente para deixá-lo sozinho, mas não para o Carlão, que o carregou no colo na ida e na volta da lanchonete, para nosso espanto e de todos que passavam.
Sempre que conto esta passagem, brinco, exagerando, que se fosse comigo, além de não ter força para carregar nenhum dos meus irmãos, ainda seria capaz de esquecer de comprar as guloseimas para eles. Lógico que é apenas brincadeira. Amo meus irmãos, assim como os Tagliari se amam!
Tenho enorme respeito e admiração por todos daquela família, da mesma forma que demonstra meu pai quando conta alguma coisa do seu Itacir Tagliari e sua família.

Publicada no semanário Entre Rios, em 29/10/2005

4 comentários:

danilo kravchychyn disse...

Pode até parecer saudosismo, mas acredito, mesmo, que o futsal de Campo Mourão só voltará a ser do tamanho que foi nos anos 70 e 80 quando retomar a camisa e o escudo da Associação Tagliari. Tradição faz muita diferença. O Itamar segue batalhando pelo esporte de Campo Mourão, e bem que poderia colocar a sua marca novamente no peito de nossos atletas. Já falei prá ele, eu seria um dos primeiros a comprar a camisa, apesar de morar em Ponta Grossa.

Saudações
Danilo Kravchychyn

amarildo fuzeto disse...

Interessante e emocionante, o amor contagiante da família pelo esporte. Parabéns Ita e Carlão pelos bons exemplos, o esporte pelo amor a camisa nos dias de hoje parece coisa de outro mundo. Era criança à época, contudo acompanhei a evolução do estilo apaixonante como a equipe travava os amistosos com cidades visinhas, sempre com fidalguia, camaradagem, respeito ao esporte amador e espírito esportivo, que saudades. Hoje vivo no Rio de Janeiro, parece que essas coisas nunca existiram, haja vista a distância da nossa realidade, para os eventos feitos com o coração, pelo amor, somente pelo amor ao esporte, sei que sou suspeito ao falar bem desta tão nobre família, mas não posso me furtar de agradecer pelos momentos inesquecíveis que nos proporcionaram em Campo Mourão. Longa vida aos Tagliari e equipe....

Carla Tagliari disse...

Luizinho, não me canso de ler e me inspirar com as histórias de tão gloriosa época. Muito obrigada por este carinho que você demonstra para com toda a Família Tagliari, nós deixa muito felizes e ainda mais, tenho cada vez mais orgulho do Pai (Carlão Tagliari) que tenho!!!
Beijos e Abraços
Carla Tagliari

Anônimo disse...

Meu Deus!!! Que alegria sinto de descobrir que esta familia é tão querida. Fiz parte desta gloriosa associação Tagliari (fui goleiro em 1968) ITACIR E IRIS (COMPADRES), Wanderley, Carlão,Itamar e Luisinho, meus queridos amigos que a tanto tempo não vejo.Hoje moto em Curitiba, mas tenho muitas saudes daquele tempo. Um grande abraço a vcs meus amigos. (41) 9969-6298. Cicero