15 de julho de 2009

Crônica

Briga de Gigantes
Osvaldo Broza

O agropecuarista Sidnei Likes e o dono de franquia (Costelaria BR-3), Lauro Machado, popularmente conhecido como Laurinho, são amigos desde criancinhas, mas carregam uma rixa que não tem tamanho. Quer dizer, tem tamanho sim. Não muito grande, mas tem. Vou esclarecer. A rixa entre ambos é devida justamente ao tamanho deles. Cada qual diz ser mais alto que o outro. E vivem brigando por causa disso, cada um jurando que ganha na altura (se é que pode ser chamada assim. O certo seria meia altura). Apesar de toda essa briga, eles nunca se mediram oficialmente, isto é, na presença de testemunhas. Preferem contar vantagens (um baixinho já é garganta, imagine dois ao mesmo tempo) cada um a sua maneira, nas rodas de amigos, com direito a muita gozação e muitas risadas. O interessante é que, quando um diz que é maior que o outro, estufa o peito, estica o pescoço e fica na ponta dos pés, querendo parecer que tem tamanho... (êpa, quase que eu disse tamanho de homem). A última que contaram também difere um do outro: eles estavam passando férias juntos, em Camboriú, e ouviram falar que em determinado estabelecimento tinha um aparelho que media, de maneira precisa, o peso e a altura, ao mesmo tempo. Não tiveram dúvidas, foram pra lá, na esperança de colocarem ponto final nessa briga tão antiga – iniciada muito antes do Sidnei se revelar o maior ponteiro direito de Lirial São Luiz – depois passou pelo Araruna Esporte Clube e quase jogou no Palmeiras (dizem que costumava passar a bola – e ele junto - entre as pernas dos adversários), e o Laurinho começar a trabalhar na Pneumar (dizem que só saiu de lá porque não estava sendo bem visto na empresa – o balcão era muito alto). Mais uma vez, claro, não levaram testemunhas. E cada um conta que tem um milímetro a mais que o outro. O Laurinho jura que o Sidnei ficou tão chateado com o resultado que preferiu encerrar suas férias e voltar imediatamente para Campo Mourão. O Sidnei sustenta que voltou para Campo Mourão justamente para não ver o sofrimento do amigo. E arremata: “Eu sou um homem grande. Afinal, vocês já viram alguém me chamar de Sidineizinho”?

Extraída do livro "Campo Mourão em Crônica" de autoria de Osvaldo Broza

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