O mourãoense entre aspas, no título, é por que ela, na verdade, é paranaense de Arapongas, mas passou boa parte de sua infância em Campo Mourão. Carolina mora em Washington DC, é filha dos amigões/irmãos Elsa Luiza e Ely (in memorian), irmã da Fernanda e da Gabriela e mãe do Liam, este uma "produção" dela com o maridão Niall. abaixo o relato dela sobre as lembranças mourãoenses e fotos que "roubei" do album dela no Orkut (elas ampliam, é só clicar).
"Nasci em Arapongas, mas a maior parte da minha infância passei em Campo Mourão, onde minhas irmãs mais novas nasceram. Lá também moravam minha vó Margarida, meu vô Wilfriedo, minha bisavó Oma e meu bisavô Opa.
Na verdade pode não ter sido a maior parte da minha infância, mas com certeza é de lá que tenho as minhas memórias mais doces. Lembro das goiabeiras na casa da minha vó, na Rua João Bento esquina com Francisco Albuquerque - que nós crianças gostávamos de chamar de Rua Chico Bento, muito mais familiar... Lembro da terra vermelha, e de sentar na enxurrada, sentindo a corrente quente e abundante no cantinho do meio fio. Lembro bem do desenho da calçada na praça, em frente à igreja onde meus pais se casaram. Diz minha mãe que foi onde eu dei meus primeiros passos. E o sorvete italiano, em frente ao posto de gasolina na praça? O gosto gelado de morango com baunilha ainda mora na minha memória.
Lembro pouco de nomes de ruas e lugares. Crianças lembram mais de pessoas, de sensações, de lugares que exploramos, de cheiros, eu acho. Como o cheiro de chimarrão que tinha a casa da minha vó de manhã e depois do almoço, quando eles todos acordavam da sagrada siesta. Lembro da casa da D. Francisca, vizinha, que pra mim tinha o quintal mais incrível - porque se juntava com o da minha vó na parte de trás, e se tornava um campo de exploração cientifica! Um galinheiro abandonado, umas latas vazias, plantas medicinais, quanta coisa!
Até parece que passei minha vida inteira por lá, onde aprendi, descobri e vivi tanto.
Lembro da vendinha da rua de cima, que pra nós era a "bodega", onde comprávamos balas com uma nota de um cruzeiro dada pelo meu avô. Lembro de descer a rua pensando como eu já era grande, pois podia andar sozinha uma quadra inteira levando minhas irmãs mais novas comigo - mas o lugar provavelmente era perto o suficiente para um dos adultos nos acompanharem com os olhos, ida e volta... ou então naquele tempo era seguro e esperado que as crianças andassem sozinhas mesmo - é nisso que eu gosto de acreditar, pelo menos...
Lembro também da vendinha da Dona Joana e suas balinhas de fita, onde cada uma tinha a carinha de um animal na embalagem. E dos terrenos vazios da vizinhança, da granja do Opa, dos pintinhos tão amarelinhos e das plantas na estufa. Do parquinho mais pra lá da rodoviária, onde meu pai nos levava aos domingos, com os brinquedos mais incríveis que já se viu. Da escolinha da minha mãe, a Doce Infância. Que teve o nome mais apropriado possível pra fazer parte dessa história...
Depois de muitos e muitos anos, parte da família ainda mora lá, mas eu voltei para visitar a cidade menos vezes do que gostaria.
Hoje tenho 30 anos, moro nos Estados Unidos, trabalho na Engenharia de uma indústria biofarmacêutica na área de Washington, DC. Casei há três anos e tive um bebezinho lindo há 2 meses. Desejo que ele tenha um lugar especial como eu tive pra crescer e no futuro poder contar histórias assim".
Na verdade pode não ter sido a maior parte da minha infância, mas com certeza é de lá que tenho as minhas memórias mais doces. Lembro das goiabeiras na casa da minha vó, na Rua João Bento esquina com Francisco Albuquerque - que nós crianças gostávamos de chamar de Rua Chico Bento, muito mais familiar... Lembro da terra vermelha, e de sentar na enxurrada, sentindo a corrente quente e abundante no cantinho do meio fio. Lembro bem do desenho da calçada na praça, em frente à igreja onde meus pais se casaram. Diz minha mãe que foi onde eu dei meus primeiros passos. E o sorvete italiano, em frente ao posto de gasolina na praça? O gosto gelado de morango com baunilha ainda mora na minha memória.
Lembro pouco de nomes de ruas e lugares. Crianças lembram mais de pessoas, de sensações, de lugares que exploramos, de cheiros, eu acho. Como o cheiro de chimarrão que tinha a casa da minha vó de manhã e depois do almoço, quando eles todos acordavam da sagrada siesta. Lembro da casa da D. Francisca, vizinha, que pra mim tinha o quintal mais incrível - porque se juntava com o da minha vó na parte de trás, e se tornava um campo de exploração cientifica! Um galinheiro abandonado, umas latas vazias, plantas medicinais, quanta coisa!
Até parece que passei minha vida inteira por lá, onde aprendi, descobri e vivi tanto.
Lembro da vendinha da rua de cima, que pra nós era a "bodega", onde comprávamos balas com uma nota de um cruzeiro dada pelo meu avô. Lembro de descer a rua pensando como eu já era grande, pois podia andar sozinha uma quadra inteira levando minhas irmãs mais novas comigo - mas o lugar provavelmente era perto o suficiente para um dos adultos nos acompanharem com os olhos, ida e volta... ou então naquele tempo era seguro e esperado que as crianças andassem sozinhas mesmo - é nisso que eu gosto de acreditar, pelo menos...
Lembro também da vendinha da Dona Joana e suas balinhas de fita, onde cada uma tinha a carinha de um animal na embalagem. E dos terrenos vazios da vizinhança, da granja do Opa, dos pintinhos tão amarelinhos e das plantas na estufa. Do parquinho mais pra lá da rodoviária, onde meu pai nos levava aos domingos, com os brinquedos mais incríveis que já se viu. Da escolinha da minha mãe, a Doce Infância. Que teve o nome mais apropriado possível pra fazer parte dessa história...
Depois de muitos e muitos anos, parte da família ainda mora lá, mas eu voltei para visitar a cidade menos vezes do que gostaria.
Hoje tenho 30 anos, moro nos Estados Unidos, trabalho na Engenharia de uma indústria biofarmacêutica na área de Washington, DC. Casei há três anos e tive um bebezinho lindo há 2 meses. Desejo que ele tenha um lugar especial como eu tive pra crescer e no futuro poder contar histórias assim".
2 comentários:
Que legal ver a Carolina no Baú.
Garota querida, profissional competente e mulher vitoriosa, a Caro é um doce.
Me emocionei ao ler o relato da sua infancia em Campo Mourão. Viajei com vc por todos os lugares... a bodega, armazem da D. Joana...e na Av Jão Bento tinha a fabrica de pipoca de seu Bisavó. Quanta saudades!
Parabéns...
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