18 de julho de 2008

Resenha

A. TAGLIARI NA COMCAM - Se 'Metidando'
Na primeira vez que disputei um campeonato adulto de futebol de salão, pela Associação Tagliari, tive a felicidade de ser campeão paranaense.
Conquistamos, de forma invicta, a Taça de Paraná, jogando contra as seis principais equipes do estado, em Paranavaí, em 1979. Eu era o mais novo da turma e, por isso mesmo, era protegido por todos.
Jogar ao lado do Carlão Tagliari, Ione Sartor, Ivando “Rancho” Capato, Beline e Gilmar Fuzeto fazia com que as vitórias não parecessem tão difíceis como realmente eram. E, isso, inflava ainda mais o meu ego, que não era pequeno! Já era difícil me aturar pelo simples fato de jogar pelo Tagliari, imaginem campeão paranaense! Amigos me diziam que eu jogava bem (confirmando o que eu também pensava! sentiram a metidez?).
Logo após nossa conquista, um torneio foi realizado em Araruna, aberto à participação de municípios da Comcam - para quem tinha vencido a Demafra de Paranavaí, a Valmar de Maringá, o Clube dos Oficiais de Curitiba seria fácil ganhar das pequenas cidades vizinhas, assim pensei, e seria boa oportunidade para mostrar toda a minha qualidade.
Na verdade, o evento era para mostrar ainda mais o Tagliari para região. Seria realizado de forma eliminatório para que um número maior de equipes enfrentasse-nos e para mostrar nosso time para a torcida.
Na quadra descoberta do único Clube de Araruna enfrentaríamos, na estréia, o time de Quinta do Sol. Quando entro no vestiário, mais metido que ganso novo, observo que alguns adversários usam tênis inapropriados para o futsal e, absurdo e engraçado, amarravam o cadarço na canela.
Lógico que não gozei deles, mas no nosso vestiário não parava de ironizá-los. A torcida, que se espremia em volta da quadra, era toda para o adversário, que de cara abriram o placar. Com muito esforço, empatamos. Eles desempataram, nós empatamos. E foi assim até o final do jogo. Eles passavam na frente – sempre com gol daqueles que amarravam o cadarço na canela – e nós sofríamos para empatar. No final, vitória deles, por quatro a três, para delírio da maioria. Nunca mais julguei ninguém pela maneira de se trajar.
No final daquele ano, 1980, nos sagramos bicampeões paranaenses invictos.
(Publicado no semanário Entre Rios, em 15/10/2005)

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