Começava no dia 26 de Janeiro de 1985, a 15° edição do maior Campeonato do Mundo: o Campeonato Brasileiro. No total, 44 clubes de 22 estados participaram da competição que na madrugada do 1° dia de Agosto coroaria um novo campeão nacional.
As 44 equipes foram divididas em 4 grupos. Nos grupos A e B, foram colocados os 20 clubes de maior pontuação no Ranking da CBF. Nos grupos C e D, estavam além do Remo (PA) e Uberlândia (MG), campeão e vice respectivamente da Taça de Prata de 1984, outras 22 equipes de 22 estados, classificados nos seus respectivos campeonatos estaduais.
O Estado do Paraná estava representado por 2 equipes: Coritiba e Pinheiros. O Cori estava no grupo A ao lado do Atlético Mineiro, Corinthians, Guarani, Fluminense, Grêmio, Botafogo, América-RJ, Palmeiras e Santa Cruz.
Pelo regulamento do campeonato, os times do grupo A deveriam enfrentar as equipes do grupo B. Durante a 1º Fase portanto, o Glorioso enfrentaria o São Paulo, Cruzeiro, Bahia, Vasco da Gama, Goiás, Flamengo, Internacional, Portuguesa, Náutico e Santos em um sistema de turno e returno, totalizando 20 partidas.
O Coritiba iniciava a sua campanha no dia 27 de janeiro, quando enfrentou e venceu o São Paulo, por 3 a 1, jogando no Alto da Glória. O destaque na partida de estréia do Coxa foi Índio que marcou 2 vezes. A segunda partida aconteceria 4 dias depois, no último dia de janeiro. Jogando mais uma vez em Curitiba, o Verdão bateu o Cruzeiro por 2 a 1. Novamente Índio seria o grande destaque do jogo, marcando mais 2 gols e despontando como um dos grandes jogadores do campeonato.
O Coritiba enfrentaria a seguir o Bahia, no Estádio da Fonte Nova, em Salvador. Índio marca mais uma vez, mas não impede a vitória do tricolor baiano por 2 a 1. Começava ali um jejum de vitórias e também de gols, já que o centroavante alviverde ficaria 5 partidas sem balançar as redes adversárias.
O quarto jogo seria contra o Vasco da Gama, em São Januário. A derrota por 3 a 0 marcaria a despedida do técnico Dino Sani, que estava se transferindo para o futebol do Oriente Médio.
Na partida seguinte, Dirceu Kruger, um dos maiores jogadores da história do Coritiba, dirigiria a equipe contra o Goiás, como interino. As duas equipes porém não saíram do 0 a 0.
O próximo adversário seria o Flamengo, no Alto da Glória. A derrota por 1 a 0 para a equipe carioca, marcava também a estréia do treinador e futuro Campeão Brasileiro, Ênio Andrade.
O 7º jogo do Coxa no nacional, contra o Internacional, marcaria também a maior derrota do alviverde naquele ano. Em uma partida irreconhecível, os comandados de Ênio Andrade foram derrotados por 4 a 0, jogando no Estádio da Beira Rio. A equipe do colorado gaúcho era formada pela base da seleção brasileira que havia conquistado a medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984.
A próxima partida aconteceria no dia 27 de Fevereiro, no Estádio do Canindé, em São Paulo. O adversário era a Portuguesa e a derrota por 1 a 0, deixaria a equipe nas últimas colocações do grupo A.
O retorno ao Couto Pereira, aconteceria na partida contra o Náutico. A vitória por 2 a 0 traria novas esperanças à todo elenco e torcida alviverde. O destaque da partida foi Índio, que não marcava um gol há 1 mês.
O décimo e último jogo do Coxa no 1º turno seria contra o Santos, na Vila Belmiro. A derrota por 1 a 0, deixaria a equipe em um situação delicada, precisando melhorar a campanha no 2º turno, para chegar até o inédito título de Campeão Brasileiro.
A 11º partida da campanha alviverde aconteceu no Estádio do Morumbi. O grande destaque da vitória por 1 a 0, sobre o tricolor paulista, foi o quarto-zagueiro Heraldo, autor do único gol do jogo.
No dia 13 de Março, o Coritiba iria até o Mineirão para encarar o Cruzeiro. A espetacular vitória de virada por 3 a 2 mostrava que o Verdão estava mais vivo do que nunca na competição. O grande nome da partida de Belo Horizonte foi novamente Índio, autor de 2 gols.
O próximo compromisso seria contra o Bahia, no Couto Pereira. Perdendo novamente para o tricolor baiano, mais uma vez por 2 a 1, o sinal de alerta voltava a acender no Alto da Glória.
O jogo seguinte seria contra o Vasco e o 0 a 0 no placar, decepcionaria os quase 20 mil torcedores presentes nas arquibancadas do Belfort Duarte.
No dia 24 de Março, o Cori entrava em campo pela 15º vez no Brasileirão. A partida seria contra o Goiás, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. Realizando uma belíssima apresentação, o alviverde paranaense derrotou o alviverde goiano por 2 a 0. Os destaques da vitória foram Lela “o careta” e Vicente.
Três dias depois, Índio, Lela e cia viajariam até o Rio de Janeiro para encarar o grande time do Flamengo. Jogando no Estádio do Maracanã, o selecionado alviverde não se intimidou e bateu a equipe de Andrade e Bebeto por 1 a 0, calando o maior estádio do mundo. Marildo foi o autor do gol que deu a 7º vitória ao Coxa no campeonato.
Após a grande vitória no Mario Filho, o Cori teria um importante jogo contra o Internacional. Em um Couto Pereira lotado, o Verdão não conseguiu furar a defesa colorada de Mauro Galvão e cia e a partida acabou ficando no 0 a 0.
Restavam agora apenas três partidas para que os 16 classificados á segunda fase fossem finalmente conhecidos. O primeiro dos três confrontos seria no dia 7 de Abril, contra a Portuguesa, no Couto Pereira. Em uma atuação ruim de todo o time, a Lusa venceu por 2 a 0 e complicou o time de Ênio Andrade.
Para a penúltima rodada, o Coxa viajou até a cidade do Recife, para enfrentar o Náutico, no Estádio do Arruda. Em outra atuação ruim, o Cori não conseguiu segurar o Timbu e saiu de campo com mais uma derrota, novamente por 2 a 0. Com esse resultado, o Náutico devolvia a derrota que sofrera no primeiro turno. Com apenas 7 vitórias em 19 rodadas, o Coritiba precisava vencer o Santos no último jogo e ainda torcer por uma combinação de resultados.
Parecia impossível, mas o Cori jogou como um verdadeiro gigante e conquistou a tão sofrida vaga para a Segunda Fase. A partida seguia empatada até o último minuto de jogo, quando Lela marcou o gol da vitória que possibilitaria ao Glorioso, a continuidade no Campeonato Brasileiro e posteriormente o inédito título. Confira abaixo a ficha técnica da histórica partida entre Coritiba e Santos pela última rodada da 1° Fase.
Coritiba 2 x 1 Santos
Coritiba: Rafael; André, Gomes, Vavá e Dida; Almir, Marco Aurélio e Toby; Lela, Índio e Edson (Vicente)
Técnico: Ênio Andrade
Santos: Marola; Márcio Rossini, Toninho Carlos, Paulo Roberto e Paulo Robson; Dema, Humberto e Formiga; Gallo (Gersinho), Lima e Zé Sérgio
Técnico: Carlos Castilho
Local: Estádio Couto Pereira
Data: 14/04/1985 Árbitro: Wilson Carlos dos Santos
Público: 31.549
Gols: Vavá e Lela (COR); Marcio Rossini (SAN)Cartões Amarelos: Marcio Rossini e Paulo Robson (SAN)