Mostrando postagens com marcador Associação Tagliari. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Associação Tagliari. Mostrar todas as postagens

12 de setembro de 2023

Um encontro agradável com Ione Sartor, Carlão e Itamar Tagliari em C. Mourão

Carlão Tagliari, Luizinho Ferreira Lima, Ione Paulo Sartor e Itamar Tagliari
Campo Mourão/PR - 08/09/23

No último final de semana, durante o feriado de 7 de setembro, tive a felicidade encontrar e bater um bom papo com grandes amigos que esporte me proporcionou, Ione Sartor, Carlão e Itamar Tagliari

Na verdade, era para estar presentes também o Luizinho Kloster, Beline e Gilmar Fuzeto, Ivando "Rancho" e o James Klank, mas esses não puderam participar. Na próxima vez vamos tentar reunir todos. 

Temos um grupo no WhatsApp e ali o contato é diário, mesmo que seja um simples bom dia.

Ione atualmente reside em Balneário Camboriu (SC), mas sempre está na cidade, visitando parentes, especialmente sua mãe. Eu, Carlão e Itamar continuamos residindo em Campo Mourão

Ao lado do Carlão, Itamar e Ione participei das conquistas da Taça Paraná (atual Série Ouro) de 1979 e 1980. Sempre me vanglorio que na primeira vez que participei de uma competição oficial adulta fomos campeões. E para encher ainda mais meu ego, foi também a primeira conquista da Associação Tagliari de um campeonato estadual (a Seleção Mourãoense já havia conquistado os Jogos Abertos de 1975, que naquela época tinha o mesmo peso de um Paranaense).

Infelizmente, esse bicampeonato, 1979/80, foram as duas únicas conquistas de Campo Mourão no Estadual. Desde então, seja Taça Paraná ou Série Ouro,  nenhuma outra equipe da cidade conquistou essa competição. Com a Fertimourão e Arcam estivemos entre os quatro primeiros (finalistas) por diversas vezes, mas sem subir ao degrau mais alto do podium. 

15 de setembro de 2021

Associação Tagliari, campeã estadual em 1979

Demafra, Valmar, Clube dos Oficiais, Guarapuava, Nova Esperança e Associação Tagliari se reuniram em Paranavaí para decidirem a Taça Paraná de Futsal (a atual Série Ouro). Recém completado 19 anos, fui convocado pelo Itamar Tagliari para, pela primeira vez, participar de uma competição adulta. 

Já era metido representando a cidade nas competições juvenis, imaginem jogando pela Associação Tagliari!

Associação Tagliari - Taça Paraná 1979, em Paranavaí
em pé (da esquerda para a direita): Ertiles Antoniolli (in memorian), Itamar Tagliari, Alceni "Gastão" Brandt, Ivando "Rancho" Capato, Ione Paulo Sartor e Pedro Ivo Szapak
agachados: João Miguel Baitala (in memorian), Paulo Gilmar Fuzeto, Irineu Luiz "Luizinho" Ferreira Lima, Carlos "Carlão" Álvaro Tagliari e Álvaro "Careca" Hiroshi Sigaki

Itamar, que naquele ano se dividia entre jogador e treinador, sempre começava os jogos com Careca, João Miguel, Carlão, Rancho e Ione. Para mim parecia um time imbatível de tanto que meus companheiros jogavam. Do banco eu mais parecia um torcedor, mas quando convocado entrava e não fazia feio. Na primeira partida, diante dos maringaenses da Valmar, entrei e levei uma pancada do meu amigão Astério (que jogava firme como poucos) que até hoje quando a bola bate na canela, lembro dele. Levantou um hematoma tão grande, que um repórter que veio me entrevistar no banco levou um susto e fiquei com a impressão que ele ficou com dó. 

E o time que para mim parecia imbatível, acabou causando a mesma impressão nos adversários e na torcida que todos os dias lotava o ginásio Lacerdinha. Bastava entrar no ginásio e lá estava eu ‘espichando as orelhas’ para ouvir os elogios e palavras de admiração. Mas também ouvia muito falarem que a decisão de verdade seria diante do time da casa, o Demafra, que contava com Dilvo, Divanei e Carmo, craques que eu aprendera a admirar quase tanto quanto eu admirava os meus companheiros de equipe. 

A partida aconteceu na penúltima rodada e, para minha vaidade, com um gol meu e outro do Gilmar Fuzeto -- ambos éramos os imediatos do treinador mourãoense -- vencemos por 3 a 1 e convencemos torcedores e adversários que dificilmente deixaríamos escapar o nosso primeiro título estadual. No domingo pela manhã, de um distante dezembro de 1979, jogando pelo empate, vencemos com certa facilidade o Clube dos Oficiais de Ponta Grossa e comemoramos como nunca. 

Comemoramos no ginásio, com reconhecimento de toda a torcida paranavaisense, na viagem de volta e, principalmente, em Campo Mourão, onde uma grande caravana de carros nos aguardava e nos acompanhou em desfile por toda a cidade. 

No ano seguinte, em Guarapuava, conquistamos o bicampeonato.

Publicado originalmente no semanário mourãoense Entre Rios, em 2005

27 de maio de 2020

Associação Tagliari, campeã da Taça Paraná de Futsal (1979)

Atendendo pedidos publico novamente foto da Associação Tagliari que pela primeira vez conquistou o título da Taça Paraná de Futsal (atual Série Ouro), em Paranavaí no ano de 1979.

Para minha vaidade pessoal, na minha primeira participação em uma competição adulta fomos campeões invictos e no jogo considerado o mais difícil, contra o time da casa, o fortíssimo Demafra, marquei um dos gols da vitória por 3 a 1.

Jogar ao lado do Carlão, Ione e Rancho foi a realização de um sonho, de poder jogar ao lado dos meus ídolos. Eu era presença certa nas arquibancadas em todos os jogos que a equipe realizava em Campo Mourão, na Cancha Tagliari. 

Nessa época, de muito amadorismo, de amor à camisa, a competição estadual era realizada em uma cidade sede, onde se reuniam os melhores time do Paraná, todos jogavam entre si e a equipe com mais pontos se sagrava a campeã e adquiria o direito de representar o Estado na Taça Brasil de Clubes Campeões. 

Lembro que nessa edição participaram a Associação Tagliari, Demafra (Paranavaí), Valmar (Maringá), uma equipe Ponta Grossa, de Guarapuava e outra de Nova Esperança.
 
No ano seguinte, em Guarapuava, fomos bicampeões estaduais.  

Em pé (da esq. para a direita): Seu Értile (in memorian), Itamar Tagliari, Gastão, Ivando "Rancho" Capato, Ione Paulo Sartor e Pedro Ivo Szapak
agachados: João Miguel Baitala (in memorian), Paulo Gilmar Fuzeto (com Carlinhos Tagliari), Irineu Luiz "Luizinho" Ferreira Lima, Carlos Álvaro "Carlão" Tagliari (com Flavinho Tagliari) e Álvaro "Careca"

27 de novembro de 2015

A campanha do bicampeonato estadual da Associação Tagliari em Guarapuava, em 1980

Chegamos a Guarapuava com a missão de manter o título de campeão, conquistado no ano anterior, 1979, em Paranavaí. Alojamo-nos numa sala do próprio ginásio de esportes onde aconteceria a competição. Uma semana inteira de competição, uma semana toda de chuva e no alojamento não havia um só canto que não gotejasse.

Valmar de Maringá, Guarapuava, AABB e Transbussadori, ambas de Londrina, e Círculo Militar de Curitiba foram nossos adversários. Éramos as seis melhores equipes paranaenses sem dúvida alguma, com destaque para o Círculo Militar que contava com um jogador da Seleção Brasileira (Didu) e com uma estrutura de causar inveja até nos dias de hoje. Contrastando com nosso precário alojamento, eles se hospedaram no melhor hotel guarapuavano.

Época de muito amadorismo, nossa equipe contava apenas com o patrocínio da própria família Tagliari e, por isso, economizávamos em tudo que podíamos. E ainda contávamos com inconvenientes (na verdade, compromissos com seus empregos) que impediam que alguns de nossos atletas participassem desde o início da competição. Apenas nos dois últimos jogos contamos com a equipe completa (Hélio Ubialli, então funcionário do Banco do Brasil e apaixonado pela modalidade, conseguiu a liberação dos jogadores em seus empregos e ainda os levou até Guarapuava). 

Um a um os adversários foram sendo derrotados!

Quatro a dois sobre a Valmar (com três gols de sem-pulo do Ione, como só ele sabia fazer!) foi o resultado da nossa estréia. 

Tagliari e AABB de Londrina, que praticamente decidiu quem enfrentaria o Círculo Militar no jogo final, foi inesquecível. Perdíamos por três a um quando o Severo Zavadaniak, um dos que o Ubialli tinha liberado, entrou e, com quatro golaços, virou o jogo para cinco a três. Onde anda o Severo? 

No jogo final contra o Círculo Militar, vitória simples de qualquer uma das equipes daria o título para a vencedora. Empatando, a AABB de Londrina seria a campeã. (Um acordo de bastidores entre londrinenses e curitibanos, com a conivência da Federação, firmou-se que em caso de empate, uma melhor de três pontos seria disputado entre eles para definir o campeão estadual).

Não demos essa chance a ele! Vencemos por dois a zero (um meu, outro do Carlão Tagliari) e conquistamos o bicampeonato e o direito de disputar a Taça Brasil de Clubes Campeões, no ano seguinte em Cuiabá, onde fizemos ótima campanha e ficamos entre os seis melhores clubes do Brasil. Isso tudo com uma estrutura amadora, patrocínio familiar, muito amor á camisa e contando apenas com atletas locais.


Silvio Cintra, David Cardoso, João Miguel Baitala, “Beline” Fuzeto, Carlão Tagliari, Luizinho Ferreira Lima, Severo Zavadaniak, Raudilei Pereira, Ione Sartor e Itamar Tagliari participaram daquela conquista. E o Hélio Ubiali e todas as nossas famílias, é claro!

A foto abaixo mostra a Associação Tagliari durante amistoso preparatório para a Taça Paraná de 1980. Nela, falta o nosso goleiro David Miguel Cardoso que participou de toda a vitoriosa campanha em Guarapuava.

Associação Tagliari - Ginasinho Jk - 1980
em pé (da esq. para a direita) Itamar Tagliari, Augustinho Vecchi, Paulo Gilmar Fuzeto, Severo Zavadaniak, Raudilei Pereira, Silvio Carvalho Cintra, João Miguel Baitala (in memorian) e Itachir Tagliari (in memorian)
agachados: Antônio Admir "Beline" Fuzeto, Luizinho Ferreira Lima, Pedro Ivo Szapak, Ione Paulo Sartor e Carlos Álvaro Tagliari


1 de julho de 2015

Associação Tagliari no Torvetur em Guaíra - anos 1970

Associação Tagliari - Torvetur em Guaíra/PR
Ione Sartor, careca e deitado bem à frente, Luizinho Kloster, agachado, Louri da Silva, de camisa preta, Gilmar Fuzeto, zoando o Luizinho, Carlão Tagliari e, bem atrás, Beline Fuzeto
No começo dos anos 1970 um torneio de futsal realizado em Guaíra, na fronteira com o Paraguai, denominado Torvetur, era um dos grandes eventos do ano da modalidade. Claro que a Associação Tagliari era uma das principais atrações do torneio.

Fotos do álbum do Ione Sartor mostra ele e craques do nosso time curtindo momento de folga junto as famosas e perigosas Quedas do Iguaçu, que foram cobertas pelas águas do grande lago formado com a construção da Usina Itaipu.

Toda vez que ouvia falar no torneio dava uma vontade enorme de estar juntos com os convocados, mas era mais novinho e ainda só sonhava em um dia participar do timaço mourãoense. Lembro que o Tauillo Tezelli, um pouco mais velho que eu, participou de uma das edições. Se não me engano, exatamente no ano em que o Tagliari foi campeão e trouxe um troféu de quase dois metros para Campo Mourão. Posso ter exagerado, mas o danado era muito grande. 

Bons tempos esses em que nosso futsal era a atração principal em qualquer competição! Pudera! Olha só o nível dos craques nas fotos.

Associação Tagliari - Torvetur - Guaíra/PR - anos 1970

19 de junho de 2015

Tagliari Futsal na Taça Brasil de 1981, em Cuiabá

Há poucos dias postei matéria sobre a pescaria do Ione e do Carlão em Cuiabá, em 1981, quando por lá estivemos participando da Taça Brasil de Clubes Campeões de Futsal. Hoje, posto novamente matéria de 2005, publicada originalmente no semanário Entre Rios, onde conto outras passagens que me marcaram durante nossa estada na capital matogrossense. 

Amigos gostaram da resenha da semana passada, sobre a Taça Brasil de Clubes Campeões de Futsal, em 1981, em Cuiabá. Além do fato de ficarmos entre os seis primeiros colocados, guardo ótimas lembranças do evento e, especialmente, dos amigos que representaram muito bem nossa cidade.
 
Alegria maior foi perceber, logo no jogo de abertura do campeonato, que a nossa torcida era igual ou maior do que a do time da casa. Muitos mourãoenses moravam naquela região e não perderam a oportunidade de torcer pelo nosso time. Lembro-me bem dos amigos Valmor Barato e Ricardo Grabowski, que hoje já moram novamente em Campo Mourão, e da família Beccari que acompanharam todos os nossos jogos.
 
Ricardo Grabowski e
Itamar Tagliari
Junto conosco foi quase toda a família Tagliari: Dona Íris, Sônia Tagliari, a doce Maria José (falecida esposa do Itamar) e seus filhos, Lislaine, Itamarzinho e Carlinhos.
 
Seu Erny Simm também foi. Ele era nosso torcedor mais fervoroso, mesmo não enxergando nada do que ocorria na quadra (estava praticamente cego).
 
O querido Seu Erny acompanhava nossos jogos sempre ao lado de seu acordeão, que era tocado com entusiasmo, nas vitórias ou nas derrotas. Quem assistisse ao jogo ao lado dele narrava o que acontecia na quadra e ele vibrava como se enxergasse tudo. Muito amigo de meu pai, ele torcia muito por mim e a cada gol nosso perguntava: "Foi gol do Luizinho?"
 
Valmor Barato e meu
mano Walmir
Além da quase tragédia na pescaria do Ione e do Carlão, narrada na resenha da edição passada, uma outra quase aconteceu com todas as delegações: no final do dia fomos alertados, pela portaria do hotel, para descermos pelas escadarias porque um apartamento estava pegando fogo e era preciso evacuar todo o prédio. Com a energia elétrica desligada, apavorados, mas sem atropelos, descemos os dez andares e, em frente ao hotel, acompanhamos os trabalhos dos bombeiros que, competentemente, apagaram um pequeno principio de incêndio, numa cesta de lixo, no banheiro do apartamento da delegação de Amazonas. No mesmo momento em que percebemos que o Carlão Tagliari não estava conosco, ele surgiu na portaria, entre os bombeiros, carregando todo o nosso uniforme, até na boca ele carregava um cabide. Na volta ao hotel encontramos algumas camisas caídas nas escadas. 
 
Na primeira fase jogamos contra Tachinhas-MS (4 a 1), Corinthians-SP(2 a 2), Internacional-RS (1 a 3) e, por último, o Colegial de Florianópolis (5 a 2), sendo que ao final desse confronto com os catarinenses eles não permitiam que cobrássemos um pênalti, agrediram o árbitro e pegaram uma das maiores penas que uma equipe de futsal já recebeu.
 
Ney Pereira, ex-técnico da Seleção Brasileira
de Futsal, um dos craques do Monte
Sinai que enfrentamos em Cuiabá
Na sede campestre do hotel, à beira do Rio Cuiabá, fazíamos nossas refeições, onde enfrentávamos longa fila para comer uma comidinha apenas razoável. O Monte Sinai-RJ, campeão brasileiro do ano anterior, só chegou a Cuiabá para a segunda fase (estávamos lá há mais de dez dias).

Os cariocas, malandramente, na primeira refeição deles, convenceram ($$$) os garçons para servi-los em suas mesas. Nós na fila dando risadas dos espertos e eles rindo da nossa ingenuidade. O primeiro garçom passa direto e coloca uma enorme bandeja de arroz na mesa dos cariocas. Espanto geral! Antes do primeiro jogador do Rio de Janeiro se servir, a bandeja foi completamente coberta com açúcar por um atleta paraibano e as mesas deles foram cercadas por todos que estavam na fila, inclusive eu, mas especialmente os nordestinos, que ordenaram que eles entrassem no fim da fila e se servissem como todos.
 
Naquela noite, eles estrearam empatando conosco. Acabaram bicampeões invictos após vencerem todas as outras partidas e conquistaram a todos com seu futsal e simpatia, que parece ter surgido graças aos nordestinos.

9 de junho de 2015

Ione Sartor e a pescaria no Rio Cuiabá durante Taça Brasil de Futsal. 1981

Victor Beccari (in memorian), Ione Paulo Sartor, João Miguel Baitala (in memorian) e Carlos Álvaro Tagliari
Cuiabá - 1981

Recentemente recebi, via Whatsapp, o vídeo ali embaixo que mostra reportagem destacando a pesca de um enorme pintado no Rio Cuiabá, coisa rara nos dias de hoje. 

Imediatamente me lembrei de nossa passagem pela capital matogrossense quando disputamos uma edição da Taça Brasil de Clubes Campeões, em 1981, pela Associação Tagliari.


O motivo da lembrança está marcado no texto abaixo que publiquei originalmente no semanário Entre Rios, em 2005, que conta como uma pescaria quase terminou em tragédia. Como prova da história de pescador, o Ione me mandou as fotos aqui anexadas. 

Associação Tagliari na Taça Brasil de Clubes Campeões - Cuiabá - 1981

1981. 23 horas, conforme ordem do Itamar Tagliari chego ao hotel onde estávamos hospedados em Cuiabá, para as disputas da Taça Brasil de Clubes Campeões de Futsal, e procuro pelo Ione Sartor, em quem pensei a noite toda, naquela folga da tabela, que era para ser aproveitada descansando e curtindo a noite cuiabense. 

No hotel, o Ione não estava. Encontro-o no hall, chegando da igreja, ainda pálido, assustado. Estava agradecendo a Deus, desde às 19 horas, por nascer de novo. 

Convidados dos irmãos Beccari (Gordo e Victor), ele e o Carlão Tagliari foram pescar no Rio Cuiabá. Num barco de borda baixa, subiram o rio e, não sei se de rede ou de tarrafa, pescaram um Pintado enorme, e os quatro foram do mesmo lado do barco para admirar o que seria nosso almoço no dia seguinte, sexta-feira da paixão. Não deu outra. O barco virou e o Ione sem saber nadar e sem colete salva-vidas afundou e voltou à tona, por sorte, bem embaixo do barco virado, onde grudou e não largou até ser resgatado por outros pescadores rio abaixo, juntamente com os três companheiros e, história de pescador ou não, com o peixe.

O trauma dele foi psicológico, do Carlão foi físico! Tirou um bife da canela ao bater na borda do barco.

Tiramos foto com o peixe de todas as maneiras possíveis (Devem estar com o Ione).

No almoço do dia seguinte o peixe foi o prato principal para toda a delegação e a família Beccari. 

Carlão quase não pode jogar na estréia da segunda fase, no empate (2 a 2) contra o Monte Sinai do Rio de Janeiro, por causa do machucado na perna. 

O Ione jogou naquele dia como nunca!

Terminamos o campeonato entre os seis primeiros do Brasil, com uma equipe formada apenas por atletas de Campo Mourão.

O Monte Sinai foi bi-campeão invicto, só empatou conosco na estréia.

Ione só aceita convite para pescar em pesque e pague, e com colete!

* Os manos Luiz Carlos, o Gordo, e Victor Beccari e o nosso craque João Miguel Baitala infelizmente já faleceram.     


6 de fevereiro de 2015

Associação Tagliari na Taça Brasil de Clubes Campeões - 1980 no Rio Grande do Norte

Disputei a primeira Taça Brasil de Clubes Campeões em 1980, na cidade de Currais Novos, interior do Rio Grande do Norte. Infelizmente não passamos da primeira fase numa chave que classificou o Álvares Cabral do Espírito Santo e contava ainda com uma equipe da Bahia e outra da Paraíba.

Carlão Tagliari com a esposa Lori e a filha Carla
Perdemos, mas aprendemos muita coisa que acabaria nos auxiliando na conquista do bicampeonato paranaense naquele mesmo ano e na ótima classificação na Taça Brasil do ano seguinte, quando acabamos entre os seis primeiros colocados do país.

O que mais aprendi, nessa minha estréia em eventos nacionais, não foi dentro da quadra e sim fora dela.      

Lisliane, Marilda (in memorian) e Itamar Tagliari
Como chegamos com alguns dias de antecedência, acabamos conhecendo bem a pequena e simpática Currais Novos, onde éramos a atração principal por sermos do sul do país. Numa pequena lanchonete nos deliciávamos com água de coco e um saboroso doce de leite caseiro. Era sagrado, após as refeições e os treinos  lá estávamos nós, sempre puxados pelos irmãos Carlão e Itamar Tagliari, tão amantes de doce como eu.

Na estréia, o Itamar machucou o joelho, impossibilitando-o de andar. De volta ao hotel, jantamos e nos preparamos para ir saborear as delicias da lanchonete, para afogar as dores da derrota contra os capixabas, quando o Itamar pede para o Carlão trazer uma água de coco e um doce de leite porque ele ficaria se tratando no hotel. O marido da Lori Pasinato não aceita de forma alguma e insiste para que ele nos acompanhe. Com muita dor, o pai da Lisliaine, diz que é melhor descansar. O enorme joelho, inchado como nunca tinha visto, para mim era argumento suficiente para deixá-lo sozinho, mas não para o Carlão, que o carregou no colo na ida na volta da lanchonete para nosso espanto e de todos que passavam.

Sempre que conto esta passagem, brinco que se fosse comigo, além de não ter força para carregar nenhum dos meus irmãos, ainda seria capaz de esquecer de comprar as guloseimas para eles. Lógico que é apenas brincadeira. Amo meus irmãos, assim como os Tagliari se amam!

Tenho enorme respeito e admiração por todos daquela família, da mesma forma que demonstra meu pai quando conta alguma coisa do seu Itachir Tagliari e sua família. 

Associação Tagliari  
Taça Brasil de Clubes Campeões - Currais Novos (RN) - 1980
da esq. para a direita: Gilmar Fuzeto, Zé Luiz (Pancho), Beline Fuzeto, Carlão Tagliari, Álvaro "Careca", Luizinho F. Lima e Paulinho

Publicada originalmente no semanário Entre Rios, em outubro de 2005.

9 de janeiro de 2015

Craques do futsal mourãoense campeões do Jap's de 1975

Foto mostra os craques da seleção mourãoense de futsal e, claro, da Associação Tagliari, que conquistaram o inédito título de campeões dos Jogos Abertos do Paraná de 1975, que foi realizado em Paranavaí.

O título veio após vitória na semifinal sobre Londrina por um a zero, gol do Rancho, e vitória nos pênaltis na decisão contra Maringá (Ione Sartor cobrou o marcou todos os pênaltis da nossa seleção!). 

Naquela época, a TV Tibagi de Apucarana, então afiliada da Rede Globo, transmitia ao vivo os jogos da principal competição esportiva do Paraná: os Jogos Abertos. 

Tive a felicidade de assistir ao vivo, lá mesmo em Paranavaí. Eu e Luiz Henrique Garrido fomos de carona até lá para torcer por nossos ídolos.  

Como diz o José Zelner no Facebook, gastamos as palmas das mãos de tanto aplaudi-los. Clique na imagem para ampliar.

da esq. para a direita: James Klank, Carlão Tagliari, Itamar Tagliari, Gilmar Fuzeto, Beline Fuzeto, Ione Sartor e Ivando "Rancho" Capato

3 de dezembro de 2014

A Associação Tagliari bicampeã paranaense em 1980

Associação Tagliari - Bicampeã da Taça Paraná de Futsal - 1980
em pé (da esq. para a direita): Itamar Tagliari, Augustinho Vecchi, Paulo Gilmar Fuzeto, Severo Zavadaniak, Raudilei Pereira, Silvio Carvalho Cintra, João Miguel Baitala (in memorian) e Itachir Tagliari (in memorian)
agachados: Antonio Admir "Beline" Fuzeto, Luizinho Ferreira Lima, Pedro Ivo Szapak, Ione Sartor e Carlos Alvaro Tagliari


Raudilei Pereira me enviou essa foto da Associação Tagliari que me deixou muito feliz e trouxe ótimas lembranças. Ela mostra a formação da Associação Tagliari com a qual conquistamos o bicampeonato paranaense ao vencermos a Taça Paraná de 1980 (atual Chave Ouro), que naquele ano foi disputada em Guarapuava (reveja mais abaixo um texto que publiquei no semanário Entre Rios e que conta um pouco dessa conquista).

Raudilei com a mamãe Santa
- dezembro/2013
No ano seguinte, em 1981, representamos o Paraná na Taça Brasil de Clubes Campeões, e ficamos entre os seis primeiros de todo o país disputando apenas com atletas de Campo Mourão. Raudilei foi um dos destaques na competição e lembro de termos perdidos para o Corinthians Paulista, recheado de atletas da Seleção Brasileira, apenas após o juiz elimina-lo de campo sem motivo algum. Se tivéssemos vencido aquela partida poderíamos ter terminado a competição entre os quatro melhores. Na primeira fase empatamos com time do Parque São Jorge em 3 gols, com o empate dos paulistas em gol irregular que só o bandeirinha viu. O Corinthians foi vice-campeão brasileiro aquele ano. 

Raudilei atualmente reside em Vilhena, em Rondônia, onde ganha a vida como sócio proprietário de uma distribuidora de cimentos. Ele me confidenciou que está se organizando para desfrutar a sua aposentadoria em nossa Campo Mourão.  

Fiquei feliz ao receber a foto por que sempre lamentei que não tinha nenhuma imagem daquela ótima formação da Associação Tagliari. Me parece que apenas o David Cardoso, outro goleiro da equipe, não participou dessa partida preparatória para a Taça Paraná, que foi realizada no ginasinho JK. Entre as crianças conosco na foto reconheci apenas o Flavinho e o Carlinhos Tagliari. Clique nela para ampliar.  

ASSOCIAÇÃO TAGLIARI – BICAMPEÃ PARANAENSE/1979-80
(publicada no Entre Rios, em março de 2006)

Chegamos a Guarapuava com a missão de manter o título de campeão, conquistado no ano anterior em Paranavaí. Alojamo-nos numa sala do próprio ginásio de esportes onde aconteceria a competição. Uma semana inteira de competição, uma semana toda de chuva e no alojamento não havia um só canto que não gotejasse.

Valmar de Maringá, Guarapuava, AABB e Transbussadori, ambas de Londrina, e Círculo Militar de Curitiba foram nossos adversários. Éramos as seis melhores equipes paranaenses sem dúvida alguma, com destaque para o Círculo Militar que contava com um jogador da Seleção Brasileira (Didu) e com uma estrutura de causar inveja até nos dias de hoje. Contrastando com nosso precário alojamento, eles se hospedaram no melhor hotel guarapuavano.

Época de muito amadorismo, nossa equipe contava apenas com o patrocínio da própria família Tagliari e, por isso, economizávamos em tudo que podíamos. E ainda contávamos com inconvenientes (na verdade, compromissos com seus empregos) que impediam que alguns de nossos atletas participassem desde o início da competição. Apenas nos dois últimos jogos contamos com a equipe completa (Hélio Ubialli, então funcionário do Banco do Brasil e apaixonado pela modalidade, conseguiu a liberação dos jogadores em seus empregos e ainda os levou até Guarapuava). 

Um a um os adversários foram sendo derrotados!

Quatro a dois sobre a Valmar (com três gols de sem-pulo do Ione, como só ele sabia fazer!) foi o resultado da nossa estréia. 

Tagliari e AABB de Londrina, que praticamente decidiu quem enfrentaria o Círculo Militar no jogo final, foi inesquecível. Perdíamos por três a um quando o Severo Zavadaniak, um dos que o Ubialli tinha liberado, entrou e, com quatro golaços, virou o jogo para cinco a três. Onde anda o Severo? 

No jogo final contra o Círculo Militar, vitória simples de qualquer uma das equipes daria o título para a vencedora. Empatando, a AABB de Londrina seria a campeã. (Um acordo de bastidores entre londrinenses e curitibanos, com a conivência da Federação, firmou-se que em caso de empate, uma melhor de três pontos seria disputado entre eles para definir o campeão estadual).

Não demos essa chance a ele! Vencemos por dois a zero (um meu, outro do Carlão Tagliari) e conquistamos o bicampeonato e o direito de disputar a Taça Brasil de Clubes Campeões, no ano seguinte em Cuiabá, onde fizemos ótima campanha e ficamos entre os seis melhores clubes do Brasil. Isso tudo com uma estrutura amadora, patrocínio familiar, muito amor à camisa e contando apenas com atletas locais.

Silvio Cintra, David Cardoso, João Miguel Baitala, “Beline” Fuzeto, Carlão Tagliari, Luizinho Ferreira Lima, Severo Zavadaniak, Raudilei Pereira, Ione Sartor e Itamar Tagliari participaram daquela conquista. E o Hélio Ubiali e todas as nossas famílias, é claro!

21 de novembro de 2014

"Se metidando' no torneio da Comcam

Na primeira vez que disputei um campeonato adulto de futebol de salão (futsal), pela Associação Tagliari, tive a felicidade de ser campeão paranaense.  Conquistamos, de forma invicta, a Taça Paraná (atual Chave Ouro), jogando contra as seis principais equipes do estado, em Paranavaí, em 1979. Eu era o mais novo da turma e, por isso mesmo, era protegido por todos. Jogar ao lado do Carlão Tagliari, Ione Sartor, Ivando “Rancho” Capato, Beline e Gilmar Fuzeto fazia com que as difíceis vitórias daquele campeonato não parecessem tão difíceis assim. E isso, claro, inflava ainda mais o meu ego, que não era pequeno!   

Ione Paulo Sartor e Ivando "Rancho" Capato
Já era difícil me aturar pelo simples fato de jogar pelo Tagliari, imaginem campeão paranaense, então! Amigos me diziam que eu jogava bem (confirmando o que eu também pensava! Sentiram a metidez?).

Luizinho F. Lima
Logo após nossa conquista, um torneio foi realizado em Araruna, aberto à participação de municípios da Comcam. Para quem tinha vencido a Demafra de Paranavaí, a Valmar de Maringá, o Clube dos Oficiais de Curitiba seria fácil ganhar das pequenas cidades vizinhas, assim pensei, e seria boa oportunidade para mostrar toda a minha qualidade. 

Na verdade, o evento era para mostrar ainda mais o Tagliari para região. Seria realizado de forma eliminatório para que um número maior de equipes enfrentasse-nos.

Carlão e Itamar Tagliari e Paulo Gilmar Fuzeto
Na quadra descoberta do único Clube de Araruna enfrentaríamos, na estréia, o time de Quinta do Sol. Quando entro no vestiário, mais metido que ganso novo, observo que alguns adversários usam tênis inapropriados para o futsal e, absurdo e engraçado, amarram o cadarço na canela.

Lógico que não gozei deles, mas no nosso vestiário não parava de ironizá-los. 

A torcida, que se espremia em volta da quadra, era toda para o adversário, que de cara abriram o placar. Com muito esforço, empatamos. Eles desempataram, nós empatamos. E foi assim até o final do jogo. Eles passavam na frente – sempre com gol daqueles que amarravam o cadarço na canela – e nós sofríamos para empatar. No final, vitória deles, por quatro a três, para delírio da maioria. 

Nunca mais julguei ninguém pela maneira de se trajar.

No final daquele ano, 1980, nos sagramos bicampeões paranaenses invictos.

[publicada originalmente no semanário Entre Rios, em outubro de 2005]

3 de novembro de 2014

Aceito ou não o presente de volta?

Na semana passada, brinquei aqui no Baú que ia pedir ao Carlinhos Ribas a devolução da camisa com a qual disputei a final da Taça Paraná de Futsal de 1980 pela Associação Tagliari. Eu o presentei logo após conquistarmos o bicampeonato estadual em Guarapuava. 


Pois não é que o danado quer me devolver o presente! e ainda postou no Facebook a foto da camisa com a qual marquei um gol na decisão. Estou tentado a receber o presente de volta. O que acham?

Para relembrar, republico abaixo a matéria postada originalmente no semanário mourãoense Entre Rios em março de 2006.   


Associação Tagliari: 1980 Bicampeã da Taça Paraná de Futsal (Chave Ouro)

A vitória da ADAP no último sábado sobre o Atlético Paranaense me fez recordar e achar algumas semelhanças com a conquista do bicampeonato paranaense que a Associação Tagliari conquistou em 1980. 

Espero com essa resenha mostrar que uma equipe unida e bem orientada pode vencer equipes mais fortes e melhores estruturadas financeiramente.

Chegamos a Guarapuava com a missão de manter o título de campeão, conquistado no ano anterior em Paranavaí. Alojamo-nos numa sala do próprio ginásio de esportes onde aconteceria a competição. Uma semana inteira de competição, uma semana toda de chuva e no alojamento não havia um só canto que não gotejasse.

Valmar de Maringá, Guarapuava, AABB e Transbussadori, ambas de Londrina, e Círculo Militar de Curitiba foram nossos adversários. Éramos as seis melhores equipes paranaenses sem dúvida alguma, com destaque para o Círculo Militar que contava com um jogador da Seleção Brasileira (Didu) e com uma estrutura de causar inveja até nos dias de hoje. Contrastando com nosso precário alojamento, eles se hospedaram no melhor hotel guarapuavano.

Época de muito amadorismo, nossa equipe contava apenas com o patrocínio da própria família Tagliari e, por isso, economizávamos em tudo que podíamos. E ainda contávamos com inconvenientes (na verdade, compromissos com seus empregos) que impediam que alguns de nossos atletas participassem desde o início da competição. Apenas nos dois últimos jogos contamos com a equipe completa (Hélio Ubialli, então funcionário do Banco do Brasil e apaixonado pela modalidade, conseguiu a liberação dos jogadores em seus empregos e ainda os levou até Guarapuava). 
Um a um os adversários foram sendo derrotados!

Quatro a dois sobre a Valmar (com três gols de sem-pulo do Ione, como só ele sabia fazer!) foi o resultado da nossa estréia. 

Tagliari e AABB de Londrina, que praticamente decidiu quem enfrentaria o Círculo Militar no jogo final, foi inesquecível. Perdíamos por três a um quando o Severo Zavadaniak, um dos que o Ubialli tinha liberado, entrou e, com quatro golaços, virou o jogo para cinco a três. Onde anda o Severo? 

No jogo final contra o Círculo Militar, vitória simples de qualquer uma das equipes daria o título para a vencedora. Empatando, a AABB de Londrina seria a campeã. (Um acordo de bastidores entre londrinenses e curitibanos, com a conivência da Federação, firmou-se que em caso de empate, uma melhor de três pontos seria disputado entre eles para definir o campeão estadual).

Não demos essa chance a eles! Vencemos por dois a zero (um meu, outro do Carlão Tagliari) e conquistamos o bicampeonato e o direito de disputar a Taça Brasil de Clubes Campeões, no ano seguinte em Cuiabá, onde fizemos ótima campanha e ficamos entre os seis melhores clubes do Brasil. Isso tudo com uma estrutura amadora, patrocínio familiar, muito amor à camisa e contando apenas com atletas locais.

Silvio Cintra, David Cardoso, João Miguel Baitala (in memorian), “Beline” Fuzeto, Carlão Tagliari, Luizinho Ferreira Lima, Severo Zavadaniak, Raudilei Pereira, Ione Sartor e Itamar Tagliari participaram daquela conquista. E o Hélio Ubiali e todas as nossas famílias, é claro!

21 de agosto de 2014

Associação Tagliari Futsal- Campeão Paranaense Fraldinhas

Do álbum do meu primo Aguilar de Lima Fabri, foto de meados dos anos 1980 mostra uma formação da Associação Tagliari que participou duma edição da Taça Paraná de Futsal - Categoria Fraldinhas.

Lembro muito bem do ginasinho JK lotado para torcer para a equipe do técnico Itamar Tagliari e de vê-los serem campeões por anos e anos.

Flavinho, Carlinhos e Ferruginha defenderam a equipe adulta de Campo Mourão com muitas conquistas. Os outros, bobinhos!, seguiram carreira de médicos, advogados...Se bem que o Carlinhos Tagliari estudou bastante e atualmente é juiz de direito no interior paulista. 

Logo atrás da equipe mourãoense, aparece a cabeça do repórter Antonio Miguel, o Formigão, que atuava pela Rádio Colmeia AM e entendia como poucos de jornalismo esportivo e não perdia a chance se sair nas fotos com as equipes. Ele faleceu precocemente quando atuava pela Rádio Paiquerê de Londrina. Clique na imagem para ampliar.

Associação Tagliari - Campo Mourão\PR -
em pé (da esq. para a direita): Erickson Chandoa, Flavinho Tagliari, Roberto Brezezinski, ..., Alcides Daleffe Aires, Carlinhos Tagliari, Fabiano Daleffe e Itamar Tagliari
agachados: Moacirzinho Porciúncula, Márcio Ney Wenceslau, ..., Djefferson "Ferruginha" Rossano, Aguilar de Lima Fabri e Alexsandro Angheben

7 de julho de 2014

Associação Tagliari em Ivaiporã - anos 1970

Nelson Bueno do Prado, o Ticão, esteve recentemente na sua Ivaiporã (a 132 km de Campo Mourão) e um de seus manos, ou seria cunhado?, lhe deu a foto abaixo, de um amistoso entre a Associação Tagliari e uma equipe local. 

De meados dos anos 1970 - época em que o campeoníssimo time mourãoense era presença certa em jogos amistosos e comemorativos por todo o Paraná. Todos queriam ver os craques do time da família Tagliari em ação - foto mostra o ivaiporaense Ubiranei Gudeiky, craque do futsal paranaense, ainda muito novinho entre o Carlão Tagliari e o Custódio. Se jogasse atualmente, em que a modalidade se tornou profissional, Bira ia ganhar muito dinheiro com certeza. Isso sem falar dos mourãoenses.  

Custódio, outro craque do nosso futsal, mas que sempre jogou por Maringá, deve ter sido o convidado de honra para essa partida. Nessa época ele ainda não tinha vindo trabalhar em Campo Mourão -- atuou anos por aqui como gerente da Pneumar --. 

Itamar, Louri, Carlão, James e Beline era uma das formações mais clássicas da Associação Tagliari. Quantas vezes vibrei com eles em quadra. Bons tempos! Clique na imagem para ampliar.  

Associação Tagliari em Ivaiporã - anos 1970
(da esq. para a direita): Itamar Tagliari, Louri da Silva, Carlão Tagliari, Custódio, James Klank e Beline
(só identifiquei os mourãoenses)

28 de maio de 2014

1979. Ano do primeiro título estadual da Associação Tagliari

Demafra, Valmar, Clube dos Oficiais, Guarapuava, Nova Esperança e Associação Tagliari se reuniram em Paranavaí para decidirem a Taça Paraná de Futsal (a atual Chave Ouro). Recém completado 19 anos, fui convocado pelo Itamar Tagliari para, pela primeira vez, participar de uma competição adulta. Já era metido representando a cidade nas competições juvenis, imaginem jogando pela Associação Tagliari!

Astério me 'socorrendo' na minha
despedida de solteiro - abril de 1980 
Itamar, que naquele ano se dividia entre jogador e treinador, sempre começava os jogos com Careca, João Miguel, Carlão, Rancho e Ione. Para mim parecia um time imbatível de tanto que meus companheiros jogavam. Do banco eu mais parecia um torcedor, mas quando convocado entrava e não fazia feio. Na primeira partida, diante dos maringaenses da Valmar, entrei e levei uma pancada do meu amigão Astério (que jogava firme como poucos) que até hoje quando a bola bate na canela, lembro dele. Levantou um hematoma tão grande, que um repórter que veio me entrevistar no banco levou um susto e fiquei com a impressão que ele ficou com dó. 

E o time que para mim parecia imbatível, acabou causando a mesma impressão nos adversários e na torcida que todos os dias lotava o ginásio Lacerdinha. Bastava entrar no ginásio e lá estava eu ‘espichando as orelhas’ para ouvir os elogios e palavras de admiração. Mas também ouvia muito falarem que a decisão de verdade seria diante do time da casa, o Demafra, que contava com Dilvo, Divanei e Carmo, craques que eu aprendera a admirar tanto quanto eu admirava os meus companheiros de equipe. 

Devaney, Sopinha, Loiry, Perigoso e Carmo, craques do Demafra/Pvaí 
A partida aconteceu na penúltima rodada e, para minha vaidade, com um gol meu e outro do Gilmar Fuzeto -- ambos éramos os imediatos do treinador mourãoense -- vencemos por 3 a 1 e convencemos torcedores e adversários que dificilmente deixaríamos escapar o nosso primeiro título estadual. No domingo pela manhã, de um distante dezembro de 1979, jogando pelo empate, vencemos com certa facilidade o Clube dos Oficiais de Curitiba e comemoramos como nunca. 

Comemoramos no ginásio, com reconhecimento de toda a torcida paranavaisense, na viagem de volta e, principalmente, em Campo Mourão, onde uma grande caravana de carros nos aguardava e nos acompanhou em desfile por toda a cidade. No ano seguinte, em Guarapuava, conquistamos o bicampeonato.

Abaixo, foto da equipe campeã (clique nela para ampliar). 
Associação Tagliari - Campeã Paranaense de 1979
em pé (da esq. para a direita): Seu Értile, Itamar Tagliari, Gastão, Ivando "Rancho" Capato, Ione Sartor e Pedro Ivo Szapak
agachados: João Miguel Baitala (in memorian), Gilmar Fuzeto (com o sobrinho Carlinhos Tagliari), Luizinho Ferreira Lima, Carlão Tagliari (com o sobrinho Flavio Tagliari Bisol) e Álvaro "Careca" 
(Publicado originalmente no semanário Entre Rios, em 2005)


A VII Taça Parana de futebol de Salão teve sua fase final na cidade de Paranavaí entre os dias 12 a 16 de dezembro de 1979 contando com a participação das seguintes equipes: Demafra/Paranavaí, Associação Tagliari/Campo Mourão, Juventus/Guarapuava, Valmar/Maringá, Clube dos Oficiais/Curitiba, que substituíram Bussadori/Londrina e Círculo Militar/Curitiba respectivamente.

Classificação:
1º - Associação Tagliari/Campo Mourão
2º - Capeletti/Ponta Grossa
3º - Demafra/Paranavaí
4º - Valmar/Maringa
5º - Juventus/Guarapuava
6º - Clube dos Oficiais/Curitiba

Alguns Resultados:
Valmar/Maringá 3 x 0 Juventus/Guarapuava
Demafra/Paranavaí 4 x 2 Juventus/Guarapuava
Juventus/Guarapuava 3 x 1 Capeletti/Ponta Grossa
A. Tagliari/Campo Mourão 3 x 2 Valmar/Maringá
Demafra/Paranavaí 4 x 2 Clube dos Oficiais/Curitiba
Capeletti/Ponta Grossa 1 x 1 A. Tagliari/Campo Mourão
A. Tagliari/Campo Mourão 4 x 2 Clube dos Oficiais/Curitiba

Demafra/Paranavaí 1 x 1 Valmar/Maringá

16 de maio de 2014

Vanderley Tagliari, o Carijó

Os irmãos Tagliari: Carlão, Luizinho, Vanderley (in memorian) e Itamar
Campo Mourão - anos 1970
Meados dos anos setenta. A Associação Tagliari participava de torneios de futsal em todo o Paraná, sempre como atração principal, pelo bom futsal (naquela época, futebol de salão), conquistas e, principalmente, pela disciplina de seus atletas, exigência maior da família Tagliari a todos que participavam da equipe.

Pela primeira vez, eu, com dezesseis anos, jogaria pela equipe adulta, participando de um torneio em Jandaia do Sul. Nosso jogo estava programado para as 19 horas. Para evitar contratempo na estrada saímos de Campo Mourão às 16 horas, já que o trânsito daqui até Maringá e, principalmente, de lá até Jandaia era muito perigoso e complicado, sempre em pista simples, passando por ali todo o trafego que ligava o Norte do Estado à capital e ao porto de Paranaguá.  

Lanchamos na estrada e chegamos a Jandaia do Sul com meia hora de antecedência ao horário do nosso jogo. Mas, para desespero do Itamar, que era o treinador e também jogador, esquecemos o uniforme na casa dele. Depois de pedir uma ligação para Campo Mourão – era preciso solicitar, via telefonista, as ligações interurbanas e, às vezes, elas demoravam ou até mesmo não se concretizavam-, ele, Itamar, conseguiu falar em casa e pediu para o Vanderley levar o uniforme e também o Romeuzinho, hoje proprietário da Casablanca Vídeo, que não pode ir conosco por causa de seu horário de trabalho como bancário. Itamar frisou bem para o Carijó que não precisa muita pressa porque nosso jogo tinha sido mudado para o terceiro jogo da noite e, portanto, teria tempo suficiente para ele chegar até lá. 

Vanderley cumpriu em parte o trato com o Itamar. Uniforme chegou completo e dentro do horário, ou melhor dizendo, antes do horário. Chegou antes de terminar o primeiro jogo. Quem chegou sem condições nenhuma de jogar foi o Romeuzinho, que repetia sem parar: nunca mais viajo com o Vanderley... 

Fazer o trajeto de Campo Mourão a Jandaia em 45 minutos, nos dias de hoje, mesmo com as pistas duplas e seguras, é praticamente impossível, naquela época então! 

Naquela noite, jogamos, vencemos e ainda contamos com o apoio do entusiasmado Vanderley e de toda a torcida jandaiense.

(Vanderley faleceu aos 59 anos, em 2007, depois de lutar contra um câncer, deixando de luto familiares e amigos. Saudades!) 

[Publicada originalmente no semanário Entre Rios, em 2005]      
    

9 de agosto de 2013

Associação Tagliari na Taça Brasil de Clubes Campeões (1980, no RN)

Os irmãos Tagliari: Luizinho, Itamar e Carlão
Disputei a primeira Taça Brasil de Clubes Campeões em 1980, na cidade de Currais Novos, interior do Rio Grande do Norte. Infelizmente não passamos da primeira fase numa chave que classificou o Álvares Cabral do Espírito Santo e contava ainda com uma equipe da Bahia e outra da Paraíba.
 
Perdemos, mas aprendemos muita coisa que acabaria nos auxiliando na conquista do bicampeonato paranaense naquele mesmo ano e na ótima classificação na Taça Brasil do ano seguinte, quando acabamos entre os seis primeiros colocados do país.
 
O que mais aprendi, nessa minha estreia em eventos nacionais, não foi dentro da quadra e sim fora dela.     
 
Como chegamos com alguns dias de antecedência, acabamos conhecendo bem a pequena e simpática Currais Novos, onde éramos atração principalmente por sermos do sul. Numa pequena lanchonete nos deliciávamos com água de coco e um saboroso doce de leite caseiro. Era sagrado, após as refeições e os treinos, lá estávamos nós, sempre puxados pelos irmãos Carlão e Itamar Tagliari, tão amantes de doces como eu.
 

(da esq. para a direita) Gilmar Fuzeto, Zé Luiz "Pancho", Beline Fuzeto, Carlão Tagliari, Álvaro "Careca", Luizinho Ferreira Lima e Paulino - Currais Novos/RN - 1980
Na estréia na competição, o Itamar machucou o joelho impossibilitando-o de andar. De volta ao hotel, jantamos e nos preparamos para ir saborear as delicias da lanchonete, para afogar as dores da derrota contra os capixabas, quando o Itamar pede para o Carlão trazer uma água de coco e um doce de leite porque ele ficaria se tratando no hotel. Carlão não aceita de forma alguma e insiste para que ele nos acompanhe. Com muita dor, o Itamar, diz que é melhor descansar. O enorme joelho, inchado como nunca tinha visto, para mim era argumento suficiente para deixá-lo sozinho, mas não para o Carlão, que o carregou no colo na ida na volta da lanchonete para nosso espanto e de todos que passavam.
 
Sempre que conto esta passagem, brinco que se fosse comigo, além de não ter força para carregar nenhum dos meus irmãos, ainda seria capaz de esquecer de comprar as guloseimas para eles. Lógico que é apenas brincadeira. Amo meus irmãos, assim como os Tagliari se amam!
 
Tenho enorme respeito e admiração por todos daquela família, da mesma forma que demonstra meu pai quando conta alguma coisa do seu Itacir Tagliari e sua família.

(Publicada no Semanário Entre Rios, em 29/10/2005)

21 de maio de 2013

Associação Tagliari Futsal - Campeão Paranaense de 1979

Demafra, Valmar, Clube dos Oficiais, Guarapuava, Nova Esperança e Associação Tagliari se reuniram em Paranavaí para decidirem a Taça Paraná de Futsal (a atual Chave Ouro). Recém completado 19 anos, fui convocado pelo Itamar Tagliari para, pela primeira vez, participar de uma competição adulta. Já era metido representando a cidade nas competições juvenis, imaginem jogando pela Associação Tagliari!
 
Itamar, que naquele ano se dividia entre jogador e treinador, sempre começava os jogos com Careca, João Miguel, Carlão, Rancho e Ione. Para mim parecia um time imbatível de tanto que meus companheiros jogavam. Do banco eu mais parecia um torcedor, mas quando convocado entrava e não fazia feio. Na primeira partida, diante dos maringaenses da Valmar, entrei e levei uma pancada do meu amigão Astério (que jogava firme como poucos) que até hoje quando a bola bate na canela, lembro dele. Levantou um hematoma tão grande, que um repórter que veio me entrevistar no banco levou um susto e fiquei com a impressão que ele ficou com dó.
 
E o time que para mim parecia imbatível, acabou causando a mesma impressão nos adversários e na torcida que todos os dias lotava o ginásio Lacerdinha. Bastava entrar no ginásio e lá estava eu ‘espichando as orelhas’ para ouvir os elogios e palavras de admiração. Mas também ouvia muito falarem que a decisão de verdade seria diante do time da casa, o Demafra, que contava com Dilvo, Divanei e Carmo, craques que eu aprendera a admirar tanto quanto eu admirava os meus companheiros de equipe.
 
A partida aconteceu na penúltima rodada e, para minha vaidade, com um gol meu e outro do Gilmar Fuzeto -- ambos éramos os imediatos do treinador mourãoense -- vencemos por 3 a 1 e convencemos torcedores e adversários que dificilmente deixaríamos escapar o nosso primeiro título estadual. No domingo pela manhã, de um distante dezembro de 1979, jogando pelo empate, vencemos com certa facilidade o Clube dos Oficiais de Ponta Grossa e comemoramos como nunca.
 
Comemoramos no ginásio, com reconhecimento de toda a torcida paranavaisense, na viagem de volta e, principalmente, em Campo Mourão, onde uma grande caravana de carros nos aguardava e nos acompanhou em desfile por toda a cidade. No ano seguinte, em Guarapuava, conquistamos o bicampeonato.
 
Abaixo, foto da equipe campeã.

em pé (da esq. para a direita): Seu Értile, Itamar Tagliari, Gastão, Ivando "Rancho" Capato, Ione Paulo Sartor e Pedro Ivo Szapak
agachados: João Miguel Baitala (in memorian), Paulo Gilmar Fuzeto (com o Carlinhos Tagliari), Luizinho Ferreira Lima, Carlos "Carlão" Tagliari (com o Flavinho Tagiari Bisol) e Álvaro "Careca"


7 de março de 2013

Associação Tagliari na Comcam

Ivando "Rancho" Capato e Ione Paulo Sartor - Associação Tagliari/1979
Na primeira vez que disputei um campeonato adulto de futebol de salão, pela Associação Tagliari, tive a felicidade de ser campeão paranaense.  Conquistamos, de forma invicta, a Taça de Paraná, jogando contra as seis principais equipes do estado, em Paranavaí, em 1979. Eu era o mais novo da turma e, por isso mesmo, era protegido por todos. Jogar ao lado do Carlão Tagliari, Ione Sartor, Ivando “Rancho” Capato, Beline, João Miguel e Gilmar Fuzeto fazia com que as difíceis vitórias daquele campeonato não parecessem tão difíceis assim. E, isso, inflava ainda mais o meu ego, que não era pequeno!  
 

Gilmar Fuzeto com o Carlinhos Tagliari, Luizinho Ferreira Lima e Carlão Tagliari com o Flavinho Tagliari - 1979

Já era difícil me aturar pelo simples fato de jogar pelo Tagliari, imaginem campeão paranaense, então! Amigos me diziam que eu jogava bem (confirmando o que eu também pensava. Sentiram a metidez?).
 
Logo após nossa conquista, um torneio foi realizado em Araruna, aberto à participação de municípios da Comcam (Para quem tinha vencido a Demafra de Paranavaí, a Valmar de Maringá, o Clube dos Oficiais de Curitiba seria fácil ganhar das pequenas cidades vizinhas, assim pensei, e seria boa oportunidade para mostrar toda a minha qualidade).
 
Na verdade, o evento era para mostrar ainda mais o Tagliari para região. Seria realizado de forma eliminatório para que um número maior de equipes enfrentasse-nos.
 
João Miguel Baitala (in memorian) - 1979

Na quadra descoberta do único Clube de Araruna enfrentaríamos, na estréia, o time de Quinta do Sol. Quando entro no vestiário, mais metido que ganso novo, observo que alguns adversários usam tênis inapropriados para o futsal e, absurdo e engraçado, amarram o cadarço na canela.
 
Lógico que não gozei deles, mas no nosso vestiário não parava de ironizá-los.
 
A torcida, que se espremia em volta da quadra, era toda para o adversário, que de cara abriram o placar. Com muito esforço, empatamos. Eles desempataram, nós empatamos. E foi assim até o final do jogo. Eles passavam na frente – sempre com gol daqueles que amarravam o cadarço na canela – e nós sofríamos para empatar. No final, vitória deles, por quatro a três, para delírio da maioria.
 
Nunca mais julguei ninguém pela maneira de se trajar.
 
No final daquele ano, 1980, nos sagramos bicampeões paranaenses invictos.  

21 de novembro de 2012

Ione Sartor e a minha melhor partida de futsal

A foto abaixo mostra o Ione Paulo Sartor, o melhor pivô de toda história do futsal mourãoense. Ao lado dele tive a honra de conquistar duas Taças Paraná, a atual Chave Ouro do Futsal Paranaense, sempre defendendo as cores da Associação Tagliari.

Aqueles que jogam o futsal ou qualquer outro esporte deve ter uma partida inesquecível, daquelas que você pensa "essa foi a melhor partida da minha vida". Pois a melhor da minha vida ocorreu ao lado do Ione -- e acho que foi também a melhor que vi o 'gordinho' jogando, e olha que vi cada apresentação dele que daria para ficar o dia inteiro escrevendo!-- quando enfrentamos e empatamos com o então campeão brasileiro Monte Sinai do Rio de Janeiro, durante uma Taça Brasil realizada em Cuiabá, láááááá em 1981.

No texto mais abaixo, publicado no extinto semanário "Entre Rios" em agosto de 2005, conto um pouco de nossa participação em quadras cuiabanas e alguns detalhes de nosso jogo contra os cariocas, que só não ganhamos por que o Ione saiu contundido. Tinha comigo que essa fora minha melhor partida. Um dia o Valmor Barato, sem saber dessa minha opinião, me elogiou pela apresentação diante dos campeões brasileiros e daí tive certeza que fora mesmo uma bela atuação.

Ione Paulo Sartor


Amigos – sempre, os amigos- gostaram da resenha da semana passada, sobre a Taça Brasil de Clubes Campeões de Futsal, em 1981, em Cuiabá. Além do fato de ficarmos entre os seis primeiros colocados, guardo ótimas lembranças do evento e, especialmente, dos amigos que representaram muito bem nossa cidade.

Alegria maior foi perceber, logo no jogo de abertura do campeonato, que a nossa torcida era igual ou maior do que a do time da casa. Muitos mourãoenses moravam naquela região e não perderam a oportunidade de torcer pelo nosso time. Lembro-me bem dos amigos Valmor Barato e Ricardo Grabowski, que hoje já moram novamente em Campo Mourão, e da família Beccari que acompanharam todos os nossos jogos.

Junto conosco foi quase toda a família Tagliari: Dona Íris, Sônia Tagliari, a doce Maria José (falecida esposa do Itamar) e seus filhos, Lislaine, Itamarzinho e Carlinhos. 

Seu Erny Simm também foi. Ele era nosso torcedor mais fervoroso, mesmo não enxergando nada do que ocorria na quadra (estava praticamente cego).

O querido Seu Erny acompanhava nossos jogos sempre ao lado de seu acordeão, que era tocado com entusiasmo, nas vitórias ou nas derrotas. Quem assistisse ao jogo ao lado dele narrava o que acontecia na quadra e ele vibrava como se tudo enxergasse.

Além da quase tragédia na pescaria do Ione e do Carlão, narrada na resenha da edição passada, uma outra quase aconteceu com todas as delegações: no final do dia fomos alertados pela portaria do hotel para descermos pelas escadarias, porque um apartamento estava pegando fogo e era preciso evacuar todo o prédio. Com a energia elétrica desligada, apavorados, mas sem atropelos, descemos os dez andares e em frente ao hotel acompanhamos os trabalhos dos bombeiros, que competentemente apagaram um pequeno princípio de incêndio, numa cesta de lixo, no banheiro do apartamento da delegação de Amazonas. No mesmo momento em que percebemos que o Carlão Tagliari não estava conosco, ele surgiu na portaria, entre os bombeiros, carregando todo o nosso uniforme, até na boca ele carregava um cabide. Na volta ao hotel encontramos algumas camisas caídas nas escadas.  

Na primeira fase jogamos contra Tachinhas-MS (4 a 1), Corinthians-SP(2 a 2), Internacional-RS (1 a 3) e, por último, o Colegial de Florianópolis (5 a 2), que no final do nosso jogo, não permitia que cobrássemos um pênalti, agrediram o árbitro e pegaram uma das maiores penas que uma equipe de futsal já recebeu. 

Na sede campestre do hotel, à beira do Rio Cuiabá, fazíamos nossas refeições, onde enfrentávamos longa fila para comer uma comidinha apenas razoável. O Monte Sinai-RJ, campeão brasileiro do ano anterior, só chegou a Cuiabá para a segunda fase (estávamos lá há mais de dez dias). 

Os cariocas, malandramente, na primeira refeição deles convenceram ($$$) os garçons para servi-los em suas mesas. Nós na fila dando risadas dos espertos e eles rindo da nossa ingenuidade. O primeiro garçom passa direto e coloca uma enorme bandeja de arroz na mesa dos cariocas. Espanto geral! Antes do primeiro jogador do Rio de Janeiro se servir, a bandeja foi completamente coberta com açúcar por um atleta paraibano e as mesas deles foram cercadas por todos que estavam na fila, inclusive eu, mas especialmente os nordestinos, que ordenaram que eles entrassem no fim da fila e se servissem como todos. 

Naquela noite, eles estrearam empatando conosco. Acabaram bicampeões invictos e conquistaram a todos com seu futsal e simpatia, que parece ter surgido graças aos nordestinos.