6 de março de 2017

Seu cachorro foi programado para te amar

O DNA dos cães mostra que existe uma dependência biológica da convivência com os humanos

Bento, filhão da Daiane e do Thiago, com a Borracha, uma cadela que teve uma das patas amputadas, foi resgatada pela PAIS, adotada pela família e hoje retribui o carinho cuidando de todos por lá


Em estudo recente, cientistas descobriram que os cachorros são naturalmente sociáveis com os humanos, como se tivessem sido geneticamente programados para nos amar. Ao contrário de outros caninos, como os lobos, já é sabido que os cachorros se desenvolveram e se adaptaram ao relacionamento com nós.

Foi o afeto humano e necessidade de proteção que criou a possibilidade dos caninos selvagens de milhares de anos atrás se desenvolvessem para se tornarem seres tão pequenos e fofos aos nossos olhos. Eles já fazem parte das nossas sociedades e famílias há, pelo menos, 15 mil anos.

A convivência também é fator determinante no relacionamento entre cães e humanos. Foto: Bigstock

A pesquisa foi realizada com centenas de beagles que precisavam realizar uma tarefa simples: alcançar a comida que estava dentro de caixas com tampas transparentes, para que eles pudessem visualizar o objeto de desejo. Cada um dos cães tinha acesso a três destas caixas, porém, uma delas tinha a tampa lacrada e não era possível retirá-la sem a ajuda de um humano. Aí vinha o intuito do experimento: quanto tempo o cão levaria para pedir a ajuda de uma pessoa, fosse por contato visual (aquele olhar pidão) ou correndo até eles.

Mesmo quando os ridicularizamos, eles continuam nos amando

Luís Guilherme dorme aos
cuidados da Jade
Enquanto os lobos persistem em realizar tarefas por eles mesmos quando se encontram numa situação de dificuldade, os cachorros parecem ter uma tendência natural a recorrer aos humanos quando precisam de ajuda. Mesmo assim, entre os beagles existiram aqueles que foram mais e menos independentes.

Então, os cientistas analisaram o DNA dos 95 cachorros com notas mais altas e mais baixas no ranking de sociabilidade com a nossa espécie para descobrir quais genomas estão relacionados aos traços de amor e convivência com nós.

Ao fim da pesquisa, eles descobriram que são cinco genes os responsáveis por esse comportamento por parte dos pets. O interessante é que alguns destes também estão relacionados a traços de personalidade em humanos.

O gene chamado SEZ6L, associado a essa dependência por parte dos bichinhos, também está ligado ao autismo em seres humanos. Da mesma forma, um gene chamado COMT está relacionado com agressividade em adolescentes, Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e esquizofrenia.

Apesar desta “programação genética”, 70% do amor dos cãezinhos por nós está relacionado à convivência.
[As informações são da  Gazeta do Povo/Viver Bem , as fotos são minhas ]

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