5 de agosto de 2015

Vanderley "Carijó" Tagliari, pé de chumbo

Nesta edição - texto publicado originalmente no semanário Entre Rios, em julho de 2005, narro uma divertida passagem, cujo protagonista principal é o Vanderley Tagliari (Carijó), de quem tenho ótimas recordações – ele sempre foi um dos meus maiores incentivadores. 


Seu Itachir (in memorian), dona Iris
e Vanderley (in memorian)
Meados dos anos setenta. A Associação Tagliari participava de torneios de futsal em todo o Paraná, sempre como atração principal, pelo bom futebol de salão (futsal), conquistas e, principalmente, pela disciplina de seus atletas, exigência maior da família Tagliari a todos que participavam da equipe.

Pela primeira vez, com dezesseis anos, eu jogaria pela equipe adulta participando de um torneio em Jandaia do Sul. Nosso jogo estava programado para as 19 horas. Para evitar contratempo na estrada saímos de Campo Mourão às 16 horas, já que o trânsito daqui até Maringá e, principalmente, de Maringá até Jandaia era muito perigoso e complicado. Sempre em pista simples, passava por ali todo o trafego que ligava o Norte do Estado à capital e ao porto de Paranaguá.  

Lanchamos na estrada e chegamos a Jandaia do Sul com meia hora de antecedência ao horário do nosso jogo. Mas, para desespero do Itamar, que era o treinador e também jogador, esquecemos o uniforme na casa dele. Depois de pedir uma ligação para Campo Mourão – era preciso solicitar, via telefonista, as ligações interurbanas e, às vezes, elas demoravam ou até mesmo não se concretizavam-, Itamar, conseguiu falar em casa e pediu para o mano Vanderley levar o uniforme e também o Romeuzinho, hoje proprietário da Casablanca Vídeo, que não pode ir conosco por causa de seu horário de trabalho como bancário. Itamar frisou bem para o Carijó que não precisa muita pressa porque nosso jogo tinha sido mudado para o terceiro jogo da noite e, portanto, teria tempo suficiente para ele chegar até lá. 

Vanderley cumpriu em parte o trato com o Itamar. Uniforme chegou completo e dentro do horário, ou melhor dizendo, antes do horário. Chegou antes de terminar o primeiro jogo. Quem chegou sem condições nenhuma de jogar foi o Romeuzinho, que repetia sem parar: nunca mais viajo com o Vanderley... 
Carlão, Luizinho, Vanderley (in memorian) e Itamar Tagliari
Fazer o trajeto de Campo Mourão a Jandaia em 45 minutos, nos dias de hoje, mesmo com as pistas duplas e seguras, é praticamente impossível, naquela época então! 

Naquela noite, jogamos, vencemos e ainda contamos com o apoio do entusiasmado Vanderley e de toda a torcida jandaiense.


Certo dia, o saudoso advogado Rubens Sartori me disse que exagerei ao afirmar que o Carijó tinha feito Campo Mourão - Jandaia em apenas 45 minutos. Respondi: É por que você nunca viajou com ele e nem sabe da potência dos 'dojão' (Dodge Charger) dos Tagliari. Fiquei com a impressão que ele acabou concordando. 

Dodge Charger RT (foto ilustração)
Vanderley faleceu muito novo, aos 59 anos, em 2006, depois de lutar contra um câncer, deixando de luto familiares e amigos. Saudades! 

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