20 de maio de 2013

A síndrome da Madre Tereza de Calcutá

Você se acha a vítima do mundo? Talvez só não saiba receber

Imagem ilustrativa / Foto: Getty Images

Você se sente desconfortável quando falam que seu trabalho é ótimo, você dança muito bem ou está com o cabelo lindo? Pra você é mais fácil ficar cuidando das pessoas? Provendo, ajudando e abrindo mão das coisas em favor dos outros? Se você respondeu sim para estas questões, é sinal de que está dentro desse enorme grupo de pessoas que tem dificuldade de receber.

E qual a importância de saber receber? Você precisa estar em equilíbrio dentro de si mesmo. O fato de não saber receber não quer dizer que você não queira receber. Quantas vezes não ouvimos uma mãe reclamando que largou tudo por causa dos filhos e agora os ingratos somem no mundo? Ou da esposa que joga na cara do marido no meio de uma DR que ela deixou a faculdade, a família e os amigos para acompanhar o marido que tinha sido transferido pela empresa que trabalha para outra cidade e que ele nunca retribuiu isso a ela?

Pessoas que não sabem receber acabam não recebendo, mesmo. E terminam esquecidas. Os outros nem lembram de agradecer, afinal, fica parecendo que ela faz aquilo com tanto desprendimento e prazer que nem precisa de reconhecimento. No entanto, estas pessoas gostariam de ser admiradas pelo que estão doando. E podem terminar guardando mágoa, recalque e inveja. Estes sentimentos são silenciosos, mas corrosivos. Um dia vêm à tona e, como um vulcão, espalham lavas para todo lado ou vão entupindo veias e artérias e uma hora explodem dentro da gente.

Recentemente fiz um workshop sobre relacionamentos que falava sobre isso. Ele explicava que a pessoa que se doa demais, mas não consegue receber, acaba se achando uma vítima na família, no ambiente de trabalho e principalmente nos relacionamentos afetivos. Mas é bom que fique claro: não estou falando de pessoas generosas e atenciosas com os outros e com aqueles que ama. Estou falando do desequilíbrio. Quando isso vira um exagero, um defeito, uma fonte de infelicidade, uma doença. Se este é o seu caso, busque ajuda e mude. Eu posso te assegurar que você não será menos amada por causa disso. Muito pelo contrário. O mundo gosta dos que tem orgulho de si mesmo.

Patricya Travassos escreve todas as quintas-feiras no site do GNT

Nenhum comentário: