Peido e Poça D’Água

Quase todo mundo tem um apelido durante uma época da vida. Meu saudoso sogro chamava ‘minha’ Elvira de Nêga, meu irmão Walcir atende por Dula desde criança. Apelidos carinhosos, quase sempre dado por um familiar.

Entre amigos, principalmente entre amigos homens, às vezes brincamos colocando apelidos depreciativos, que acabam “pegando” justamente quando estes os acham ruins. Tenho amigos que atendem por Fusca, Lobisomem, Manso, Couro, Perfuminho, Catatumba, Gardenal, Cabeção, Charlene, Bafo, Tuim, Santo Antonio...

E tem aqueles que são apelidados, mas ninguém ousa usá-lo quando o próprio está presente, por que a alcunha foi criada por causa de um defeito físico ou falha de personalidade. Aqui em Campo Mourão, tem o “Peido”, por que, chato demais, quando chega espalha a roda de conversa entre amigos.

Dia desses, fiquei sabendo de outro apelido bem criativo dado a um agricultor muito chato, que gosta de conversar sobre a política local: “Poça D’Água”. Ouvi-o pela primeira vez numa mesa de baralho, quis saber o porquê e a resposta veio em meio a muitas risadas:

- Poça D’Água por que todo mundo desvia quando o vê!